Em Portugal, a diferença salarial entre homens e mulheres tem vindo a aumentar desde 2018, correspondendo a 12,5% em 2022.

A disparidade salarial entre homens e mulheres (Gender Pay Gap) na União Europeia registava, em 2022, o valor de 12,7% – o que significa que as mulheres ganharam, em média, 87,3 cêntimos por cada 1 euro ganho por um homem.

 

 

Na medição das desigualdades salariais, o Eurostat calcula a diferença de ganhos de género não ajustada (unadjusted Gender Pay Gap (GPG)).

Na Figura 1 apresentam-se os valores de Gender Pay Gap nos estados-membros da União Europeia, em 2012, 2017 e 2022. É de notar que as desigualdades salariais entre homens e mulheres diminuíram na maioria dos países da UE em 2022, tendo a média europeia diminuído -1,9 pontos percentuais (p.p.) comparativamente com 2017. Destacam-se dentro dos países que diminuíram a Islândia (-6 p.p.), a Irlanda (-5,1 p.p.), Espanha (-4,8 p.p.), a Estónia (-3,6 p.p.), Luxemburgo (-3,3 p.p.), República Checa e Lituânia (ambos com -3,2 p.p.). Inversamente, os países que mais aumentaram as desigualdades salariais entre homens e mulheres foram Portugal (+1,7 p.p.), Roménia, Hungria (ambos com +1,6 p.p.), Polónia (+0,8 p.p.) e Noruega (+0,7 p.p.).

Entre 2012 e 2022, as maiores descidas encontram-se em Espanha (de 18,7% para 8,7%), na Estónia (de 29,9% para 21,3%), na Islândia (de 17,7% para 9,3%), no Luxemburgo (de 7% para -0,7%), no Chipre (de 15,6% para 10,2%), na Alemanha (de 22,7% para 17,7%) e nos Países baixos (de 18% para 13%), todos com descidas iguais ou superiores a -5 p.p.. Embora em menor número, houve países a aumentar a desigualdade salarial entre homens e mulheres neste período, nomeadamente Eslovénia (de 4,5% para 8,2%), Letónia (de 14,9% para 17,1%), Polónia (de 6,4% para 7,8%), Malta (de 9,5% para 10,2%), Suíça (de 17,4% para 17,9%) ou Lituânia (de 11,9% para 12%).

Em 2022, os países europeus nos quais se verificaram as maiores desigualdades foram a Estónia (21,3%), Áustria (18,4%), Suíça, República Checa (ambos com 17,9%), Eslováqiua, Alemanha (ambos com 17,7%), Hungria (17,5%) e Letónia (17,1%). Contrariamente, os países com as desigualdades mais reduzidas são o Luxemburgo (-0,7%), Itália (4,3%), Roménia (4,5%) e Bélgica (5%).

Em Portugal, o Gender Pay Gap diminuiu entre 2012 e 2017 (-4,2 p.p.), e aumentou entre 2017 e 2022 (+1,7 p.p.), tendo no total do intervalo em análise, entre 2012 e 2022, diminuído -2,5 p.p..

 

 

A Figura 2 apresenta a evolução das desigualdades salariais em Portugal e na UE27, entre 2010 e 2022. O comportamento do indicador para a média europeia tem sido relativamente estável, registando desde 2012 uma tendência de diminuição, que corresponde a -3,7 pontos percentuais, de 16,4% para 12,7%, de 2012 a 2022.

O Gender Pay Gap comporta-se de forma mais irregular em Portugal, verificando-se um aumento entre 2010 e 2012 de 2,2 p.p.. Nos anos seguintes sofreu oscilações positivas e negativas intercaladas, diminuindo de forma consistente de 2015 a 2018 (-7,1 p.p.). Desde 2018 que se regista um aumento até 2022, o último ano em análise, sendo esse aumento de +3,6 p.p..

 

Atualizado por Inês Tavares

Ver dados Excel