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Foi publicado recentemente pelo Eurostat alguns dos resultados do Structure of Earnings Survey, inquérito realizado por este instituto estatístico europeu, de quatro em quatro anos, com o objetivo de recolher informação sobre os ganhos salariais dos europeus.

Os dados publicados pelo Eurostat sobre o rácio de disparidade entre salários brutos mais altos (decil mais elevado, D9) e o mais baixo (decil mais baixo, D1), revelam consideráveis diferenças entre estados membros. Em 2014, a amplitude da desigualdade de rendimentos entre os 10% dos trabalhadores com salários mais elevados face aos 10% com salários mais baixos, encontrava-se balizada entre a Suécia (2,1), onde a variação D9/D1 era menor, e a Polónia (4,7), onde era maior (consultar aqui). A seguir à Polónia, Portugal encontra-se no ranking dos países com maior dispersão D9/D1, surgindo em 4º lugar (4,3), antes da Roménia (4,6) e Chipre (4,5). Em 2014, os trabalhadores portugueses pertencentes aos 10% com maiores salários, ganhavam pelo menos o quádruplo dos 10% com menores salários.        

Segundo os dados publicados pelo Eurostat (Figura 1), em Portugal, em 2014, os 10% dos trabalhadores mais bem remunerados ganhavam 2,8 vezes mais face à mediana dos salários – o que consiste na maior disparidade da União Europeia. A seguir a Portugal, encontra-se a Bulgária, Chipre, Polónia e Roménia (com um rácio de 2,5). No espetro oposto, é na Suécia e Dinamarca (com um rácio de 1,6), onde a disparidade é menor.

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Neste estudo apresentam-se também os dados referentes aos trabalhadores com os mais baixos salários da União Europeia (isto é, os que ganham dois terços ou menos do salário bruto médio nacional), sendo que o perfil mais comum encontrado nesta situação são (consultar aqui): mulheres (21,1% face a 13,5% dos homens), os mais jovens (30,1% face ao valor registado de 14% na faixa etária entre os 30 e 59 anos), níveis mais baixos de escolaridade (28,2% face, por exemplo, a 20,9% dos indivíduos com ensino secundário), e por fim, trabalhadores com contratos de duração limitada (31,9%  face a 15,3% de indivíduos com contratos por tempo indeterminado).

Por: Ana Rita Matias