Portugal está entre os países que registam valores mais positivos.

A taxa de mortalidade infantil refere-se  ao “número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (habitualmente expressa em número de óbitos de crianças com menos de 1 ano por 1000 (10^3) nados vivos)” (INE).

A figura 1 permite analisar a evolução da taxa de mortalidade infantil em Portugal e na UE desde 1960. Quer em 1960, quer uma década mais tarde, o valor deste indicador em Portugal era o dobro do apurado para aquele conjunto de países. Em 1960, em cada 1000 crianças que nasceram com vida em Portugal, cerca de 78 faleceram com menos de um ano de vida. Em 1980, verificava-se ainda um hiato significativo entre o resultado de Portugal face ao da UE, realidade que foi praticamente anulada até ao ano de 1990. A década seguinte representa um período de consolidação dessa equivalência e no novo milénio o resultado de Portugal é melhor do que o observado neste universo de países. Em 2021, a taxa de mortalidade infantil em Portugal era de 2,4 óbitos em mil, um  valor cerca de 30 vezes inferior ao de 1960.

 

 

Os países nórdicos, mas também Montenegro, Eslovénia, Estónia e Chéquia, são os países europeus que apresentam taxas de mortalidade infantil mais baixas em 2021 (Figura 2).

É de destacar a evolução francamente positiva que se regista na generalidade dos países europeus, no período analisado. Montenegro foi um dos países que apresentou a maior variação negativa desde 2016 (-2,1), tendo, em 2021, a taxa de mortalidade infantil mais baixa da Europa (1,4 óbitos em cada 1000 crianças que nasceram). A Macedónia foi o país que mais melhorou este indicador de saúde, apesar de se manter acima da média da UE, passando de 11 para 4,6 óbitos em mil, seguido da Malta, Roménia e Lituânia. A Islândia, o Chipre e a Irlanda foram os únicos países para os quais temos dados onde a mortalidade infantil piorou no período analisado.

No universo dos países europeus existem desigualdades consideráveis no que a este indicador diz respeito, sendo que esse hiato define-se principalmente entre os que pertencem à UE (que têm resultados mais positivos) e os que não pertencem à União, entre os quais estão alguns dos países com maior taxa de mortalidade infantil em 2021 (Albânia e Ucrânia com, respetivamente, 8,4 e 7,2 óbitos em mil).

 

Notas: Países ordenados por ordem crescente da taxa de mortalidade apresentada em 2021. Valores = 0 em 2021 referem-se a países sem dados para essa data. Valor da *Rússia refere-se a 2014. O valor da **Moldávia refere-se a 2016.

 

A Figura 3 permite concluir que existem no plano global desigualdades acentuadas ao nível da mortalidade infantil, apesar de em todas as regiões se verificar uma diminuição expressiva do indicador, entre 1991 e a atualidade.

Em 2021, a taxa de mortalidade infantil na África sub-sahariana, semelhante à registada em Portugal em 1970, era 16 vezes mais elevada do que nos países da UE. Vemos que, ao longo das quatro décadas analisadas, a “hierarquia de desigualdades” se manteve entre as regiões analisadas, com exceção da América Latina e Caribe, que a partir de 2011 regista valores de mortalidade infantil ligeiramente superiores aos do Leste asiático e Pacífico.

A taxa de mortalidade infantil à escala global situa-se, atualmente, ao nível da observada em Portugal em meados dos anos de 1980: 28,4 óbitos.

 

 

Elaborado por Ana Filipa Cândido. Atualizado por Adriana Albuquerque.

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