No âmbito da rubrica “Um Olhar Sociológico Sobre a Crise COVID-19” convidámos António Firmino da Costa a refletir sobre os impactos desta crise nas desigualdades sociais.

Neste momento as sociedades atravessam uma crise profunda e singular provocada pela pandemia de COVID-19. O atual período de quarentena representa um esforço monumental por parte dos indivíduos e respetivas famílias. O isolamento não só quebrou a regularidade dos laços e das ligações sociais em copresença e proximidade física, como está a gerar um conjunto de processos disruptivos decorrentes do confinamento prolongado.

Não há sociedade decente que se baseie no desligamento e na interrupção das relações sociais, assim como no aprofundamento drástico das vulnerabilidades socioeconómicas. O que estamos a viver representa uma anormalidade que não pode (não deve) transformar-se no novo normal. Se isso acontecer é a própria noção de sociedade que está em causa.

De maneira a melhor compreendermos os impactos e as consequências desta crise nas desigualdades sociais, desafiámos vário/as sociólogo/as a refletir sobre esta realidade a partir do olhar especializado. Os seus testemunhos podem ajudar a dar algum sentido a toda esta incerteza e instabilidade que partilhamos coletivamente.