Em Portugal, a diferença salarial entre homens e mulheres tem vindo a aumentar desde 2018, correspondendo a 11,9% em 2021.

A disparidade salarial entre homens e mulheres (Gender Pay Gap) na União Europeia registava, em 2021, o valor de 12,7% – o que significa que as mulheres ganharam, em média, 87,3 cêntimos por cada 1 euro ganho por um homem.

 

 

Na medição das desigualdades salariais, o Eurostat calcula a diferença de ganhos de género não ajustada (unadjusted Gender Pay Gap (GPG)).

Na Figura 1 apresentam-se os valores de Gender Pay Gap nos estados-membros da União Europeia, em 2011, 2016 e 2021. É de notar que as desigualdades salariais entre homens e mulheres diminuíram na maioria dos países da UE em 2021, tendo a média europeia diminuído 0,3 pontos percentuais (p.p.) comparativamente com 2020. Destacam-se dentro dos países que diminuíram a Letónia (-7,7 p.p.), a Islândia (-2,6 p.p.), a República Checa (-1,4 p.p.), a Lituânia (-1 p.p.) e Luxemburgo (-0,9 p.p.). Inversamente, os países que mais aumentaram as desigualdades salariais entre homens e mulheres foram a Roménia (+1,2 p.p.), Noruega (+0,9 p.p.), Eslováquia e Itália (ambos com +0,8 p.p.). Entre 2011 e 2021, as maiores descidas encontram-se em Espanha (de 17,6% para 8,9%), no Luxemburgo (de 7,9% para -0,2%), na República Checa (de 22,6% para 15%), na Islândia (de 17,8% para 10,4%), na Estónia (de 27,3% para 20,5%), no Chipre (de 16,1% para 9,7%) e na Roménia (de 9,8% para 3,6%), todos com descidas iguais ou superiores a -6 p.p.. Embora em menor número, houve países a aumentar a desigualdade salarial entre homens e mulheres neste período, nomeadamente Malta (de 7,7% para 10,5%), Letónia (de 14,1% para 14,6%), Lituânia (de 11,5% para 12%), Eslovénia (de 3,3% para 3,8%) ou Suíça (de 17,6% para 17,7%).

Em 2021, os países europeus onde existiam as maiores desigualdades eram a Estónia (20,5%), Áustria (18,8%), Suíça (17,7%), Alemanha (17,6%) e Hungria (17,3%). Contrariamente, os países com as desigualdades mais reduzidas eram o Luxemburgo (-0,2%), a Roménia (3,6%) e a Eslovénia (3,8%).

Em Portugal, o Gender Pay Gap aumentou entre 2011 e 2016 (1 p.p.), e diminuiu entre 2016 e 2021 (2 p.p.), tendo no total do intervalo em análise, entre 2011 e 2021, diminuído 1 p.p..

 

 

A Figura 2 apresenta a evolução das desigualdades salariais em Portugal e na UE27, entre 2010 e 2021. O comportamento do indicador para a média europeia tem sido relativamente estável, registando desde 2012 uma tendência de diminuição, que corresponde a -3,7 pontos percentuais, de 16,4% para 12,7%, de 2012 a 2021.

O Gender Pay Gap comporta-se de forma mais irregular em Portugal, verificando-se um aumento entre 2010 e 2012 de 2,2 p.p.. Nos anos seguintes sofreu oscilações positivas e negativas intercaladas, diminuindo de forma consistente de 2015 a 2018 (-7,1 p.p.). Desde 2018 que se regista um aumento até 2021, o último ano em análise, sendo esse aumento de 3 p.p..

 

Atualizado por Inês Tavares

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