Em 2018 a taxa de atividade feminina em Portugal era de 54,5% (menos 1,6 p.p. do que em 2010). Em 2018, RA da Madeira, o Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa apresentavam a maior participação feminina no mercado de trabalho
A Figura 1 apresenta a evolução da taxa de atividade feminina em Portugal desde 2000 até 2018 e a Figura 2 retrata a taxa de atividade feminina na União Europeia, em 2018. Nesse ano, a Islândia era o país europeu com os maiores níveis de participação feminina no mercado de trabalho (77,9%), seguida da Suiça (62,9%) e da Suécia (62,6%). Por sua vez, era entre os países do Sul da Europa onde se verificava as menores taxas de atividade feminina, nomeadamente, em Itália, Grécia e Croácia com valores de 41,1%, 44,3% e 45,5%, respetivamente. Portugal (54,5%) apresenta valores da participação feminina no mercado de trabalho superiores à média europeia (52%).
O Quadro 1 revela a evolução deste indicador em Portugal, entre 2000 e 2018. A taxa de atividade feminina em Portugal teve uma evolução positiva em todas as regiões do país entre 2000 e 2010, conhecendo um aumento de 3 pontos percentuais: de 52,9% para 55,9%. Ao longo desta década, a região Centro deteve a maior taxa de atividade feminina (58,4% em 2000 e 60,5% em 2010), seguida pelas regiões do Norte (53%, em 2000 e 55,6% em 2010) e de Lisboa (53,9%, em 2000 e 55 em 2010).
Desde 2010, a taxa de atividade feminina no país diminuiu 1,4 p.p. (de 55,9% para 54,5%, em 2016), redução comum à região do Centro e do Norte, com maior enfoque na primeira (cerca de 6,6%).
Entre 2010 e 2018, a Região Autónoma dos Açores foi onde a participação feminina no mercado de trabalho mais subiu – de 46,8% em 2010, para 52,4% em 2016 (mais 5,6 pontos percentuais). Contudo, os Açores integram com o Alentejo (50,8%) e o Centro (53,9%), as regiões com a menor presença feminina no mercado de trabalho em 2018.
Quadro 1 - Evolução da taxa de atividade feminina, Portugal, por Regiões NUTS II (2000-2018) (%)
wdt_ID | Regiões | 2000 | 2005 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | Diferença 2000-2010 | Diferença 2010-2018 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Portugal | 52.9 | 55.3 | 55.9 | 54.6 | 54.7 | 54.1 | 53.8 | 53.8 | 53.5 | 54.1 | 54.5 | 3 | -1.4 |
2 | Norte | 53 | 56.3 | 55.6 | 55 | 55.2 | 53.9 | 53.3 | 53 | 52.4 | 54 | 54.3 | 2.6 | -1.3 |
3 | Centro | 58.4 | 59.5 | 60.5 | 54.6 | 54.9 | 54.9 | 53.5 | 53.6 | 52.9 | 52.7 | 53.9 | 2.1 | -6.6 |
4 | Área Metropolitana de Lisboa | 53.9 | 54.4 | 55 | 55.5 | 55.4 | 55.2 | 55.5 | 55.5 | 55.9 | 55.8 | 55.8 | 1.1 | 0.8 |
5 | Alentejo | 40.6 | 48.4 | 49.7 | 49.8 | 49.6 | 49.7 | 49.9 | 50.2 | 49.5 | 49.6 | 50.8 | 9.1 | 1.1 |
6 | Algarve | 48.6 | 50.7 | 54.7 | 56.7 | 56.5 | 55.4 | 56.4 | 55.6 | 56.6 | 58.6 | 56.8 | 6.1 | 2.1 |
7 | Região Autónoma dos Açores | 36.2 | 41.7 | 46.8 | 49.5 | 48.5 | 49.5 | 51.5 | 51.7 | 52.4 | 53 | 52.4 | 10.6 | 5.6 |
8 | Região Autónoma da Madeira | 47.6 | 52.3 | 55.8 | 55.9 | 55.3 | 54.8 | 54.5 | 55.1 | 55.2 | 55.4 | 56.8 | 8.2 | 1 |
Regiões | 2000 | 2005 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | Diferença 2000-2010 | Diferença 2010-2018 |
Fonte: Estatísticas do mercado de trabalho – Inquérito ao Emprego (INE)
O Quadro 2 apresenta a evolução do indicador, agora segundo o grupo etário, para o mesmo período temporal. O grupo etário 35-44 anos apresenta uma taxa de atividade feminina de 90%, valor mais elevado, em 2018 (com um aumento de 10,1 pontos percentuais, a partir dos 79,9%, em 2000). O grupo etário dos 25 aos 34 anos foi, até 2015, o segmento etário onde se verificou maior presença feminina no mercado de trabalho (86,6% em 2000 e 89,5 em 2015).
A faixa etária que acusa o maior aumento durante o período em análise é o grupo etário dos 55-64 anos: de 42% em 2000 para 58,4% em 2018 (mais 16,4 pontos percentuais). No sentido oposto, no segmento etário dos 15-24 anos a tendência tem sido de diminuição (menos 9,2 pontos percentuais), o que se explica pelo aumento da participação escolar.
Quadro 2 - Evolução da taxa de atividade feminina, Portugal, por grupo etário (2000-2018) (%)
wdt_ID | Grupo etário | 2000 | 2005 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | Diferença 2000-2018 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 15 - 24 anos | 40.9 | 38.1 | 34.2 | 35.9 | 34.9 | 33.8 | 33.8 | 32.8 | 31.2 | 32.3 | 31.7 | -9.2 |
2 | 25 - 34 anos | 82.4 | 86.6 | 88.2 | 88.8 | 89.1 | 89.3 | 89 | 89.5 | 89.3 | 89.7 | 89.5 | 7.1 |
3 | 35 - 44 anos | 79.9 | 82.9 | 87.3 | 87.3 | 87.7 | 88.3 | 88.8 | 89 | 90 | 89.9 | 90 | 10.1 |
4 | 45 - 54 anos | 68.6 | 74.8 | 79 | 77.6 | 78.6 | 79.5 | 80.1 | 80.4 | 81.1 | 82.2 | 83 | 14.4 |
5 | 55 - 64 anos | 42 | 46 | 47.4 | 46.4 | 47 | 46.9 | 47.5 | 49.9 | 51 | 54.6 | 58.4 | 16.4 |
6 | 65 e mais anos | 13 | 13.2 | 12.5 | 9.2 | 9.6 | 8.3 | 7.4 | 7.2 | 6.7 | 6.8 | 7.3 | -5.7 |
Grupo etário | 2000 | 2005 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | Diferença 2000-2018 |
Fonte: Estatísticas do mercado de trabalho – Inquérito ao Emprego (INE)
A relação entre a participação feminina no mercado de trabalho e a escolarização pode ser observada no Quadro 3.
Não havendo uma relação linear entre a taxa de atividade feminina e o nível de escolaridade (uma vez que as taxas de atividade feminina em detentoras do 2º ciclo do ensino básico revela-se superior à taxa de atividade feminina em detentoras do 3º ciclo do ensino básico), destaca-se o facto das mulheres detentoras de um diploma do ensino superior serem as que apresentavam uma maior presença no mercado de trabalho ao longo de todo o período em análise, com valores balizados entre os 86,9%, em 2000, e os 83%, em 2018. Também nas detentoras de um diploma do ensino secundário se denota uma forte presença no mercado de trabalho. Estes valores salientam-se por se situarem substancialmente acima dos números relativos aos restantes níveis de escolaridade.
São as mulheres que possuem apenas o 1º ciclo do ensino básico que detiveram não só as menores taxas ao longo do período (excluindo as que não possuem formação), como a maior descida na taxa de atividade: de 53,7% em 2000 para 26,1% em 2018 – uma diminuição de 27,6 pontos percentuais. Em tendência contrária, mulheres com o ensino secundário subiram a sua atividade em 11,7 p.p. ao longo das últimas décadas (de 60,8% em 2000 para 72,5% em 2018).
Quadro 3 - Evolução da taxa de atividade feminina, Portugal, por nível de escolaridade (2000-2018) (%)
wdt_ID | Nível de escolaridade | 2000 | 2005 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | Diferença 2000-2018 |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | Sem formação | 25.7 | 22.2 | 18.1 | 15.5 | 14.8 | 12.7 | 10.8 | 9.2 | 8.5 | 9.2 | 8.4 | -17.3 |
2 | Básico - 1º Ciclo | 53.7 | 51.1 | 44.1 | 38.7 | 37.4 | 34.7 | 31 | 29.1 | 28.2 | 26.9 | 26.1 | -27.6 |
3 | Básico - 2º Ciclo | 69.5 | 70.5 | 67.6 | 65.4 | 63.9 | 63.9 | 63.2 | 62.5 | 60.5 | 61.8 | 59.9 | -9.6 |
4 | Básico - 3º Ciclo | 55.8 | 60 | 61.8 | 62.4 | 60.7 | 58.3 | 57.3 | 56.5 | 54.6 | 55 | 55 | -0.8 |
5 | Secundário e pós-secundário | 60.8 | 63.3 | 70 | 71.7 | 72.8 | 73.9 | 73.6 | 73.5 | 73 | 73.3 | 72.5 | 11.7 |
6 | Superior | 86.9 | 85.8 | 84.2 | 82 | 82.1 | 81.1 | 81.7 | 82 | 81.9 | 81.4 | 83 | -3.9 |
Nível de escolaridade | 2000 | 2005 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | Diferença 2000-2018 |
Fonte: Estatísticas do mercado de trabalho – Inquérito ao Emprego (INE)
Atualizado por Inês Tavares