O valor deste indicador em Portugal diminuiu fortemente nas últimas décadas, apresentando-se nos últimos três anos abaixo da taxa de abandono de educação e formação apurada no contexto da UE27.
A taxa de abandono precoce de educação e formação refere-se à proporção da “população residente com idade entre 18 e 24 anos, com nível de escolaridade completo até ao 3.º ciclo do ensino básico, que não recebeu nenhum tipo de educação (formal ou não formal) no período de referência” (INE).
Em Portugal, o valor desta taxa era, ano de 2022, de 6%, uma das mais baixas entre os países em causa no Quadro 1 – situando-se cerca de 3,6 p.p. abaixo do apurado em termos médios para os países da UE27. Na Islândia, na Roménia, em Espanha e na Noruega o valor deste indicador situou-se acima dos 13%, enquanto na Croácia, na Irlanda e na Eslovénia era de apenas 4% ou menos. A taxa de abandono precoce de educação e formação é superior na população masculina que entre as mulheres em quase todos os países europeus analisados (tal não se verifica somente na Bulgária e na Grécia). Em Portugal essa diferença é de 4 p.p., na Islândia de 10,9 p.p., na Estónia de 6,8 p.p. e na média da UE27 3,1 p.p..
Quadro 1 - Taxa de abandono precoce de educação e formação, UE27, por sexo (2022) (%)
wdt_ID | Países | Total | Homens | Mulheres |
---|---|---|---|---|
1 | Islândia | 16,5 | 21,7 | 10,8 |
2 | Roménia | 15,6 | 16,2 | 15,0 |
3 | Espanha | 13,9 | 16,5 | 11,2 |
4 | Noruega | 13,2 | 15,6 | 10,8 |
5 | Hungria | 12,4 | 13 | 11,7 |
6 | Alemanha | 12,2 | 13,7 | 10,7 |
7 | Itália | 11,5 | 13,6 | 9,1 |
8 | Estónia | 10,8 | 14,3 | 7,5 |
9 | Bulgária | 10,5 | 9,3 | 11,7 |
10 | Malta | 10,1 | 11,7 | 8,4 |
11 | Dinamarca | 10,0 | 12,1 | 7,8 |
12 | UE27 | 9,6 | 11,1 | 8,0 |
13 | Suécia | 8,8 | 10,5 | 6,8 |
14 | Áustria | 8,4 | 9,5 | 7,4 |
15 | Finlândia | 8,4 | 10,3 | 6,4 |
16 | Luxemburgo | 8,2 | 9 | 7,3 |
17 | Chipre | 8,1 | 9,4 | 6,9 |
18 | França | 7,6 | 9,2 | 6,0 |
19 | Eslováquia | 7,4 | 7,5 | 7,3 |
20 | Letónia | 6,7 | 9,3 | 4,0 |
21 | Bélgica | 6,4 | 8 | 4,8 |
22 | Suiça | 6,3 | 7 | 5,6 |
23 | R. Checa | 6,2 | 7,1 | 5,2 |
24 | Portugal | 6,0 | 7,9 | 3,9 |
25 | Países Baixos | 5,6 | 6,8 | 4,3 |
26 | Lituânia | 4,8 | 5,5 | 4,0 |
27 | Polónia | 4,8 | 5,7 | 3,7 |
28 | Grécia | 4,1 | 3,8 | 4,5 |
33 | Eslovénia | 4 | 4,1 | 3,9 |
34 | Irlanda | 3,7 | 4,7 | 2,8 |
35 | Croácia | 2,3 | 2,9 | 1,6 |
Países | Total | Homens | Mulheres |
Fonte: Education and training statistics – Labour Force Survey (Eurostat)
A Figura 1 permite observar a evolução deste indicador em Portugal e na UE27 nas últimas duas décadas, entre 2002 e 2022. Se naquele primeiro ano existia um hiato muito considerável entre o valor apurado para Portugal face ao observado naquele conjunto de países (28,1 p.p.), em 2022 essa diferença diminuiu para -3,6 p.p.. No período analisado este indicador decaiu 39 p.p. em Portugal. Verificou-se, portanto, no arco de tempo em causa uma clara convergência entre Portugal e os países da UE27. Para se ter uma ideia ainda mais abrangente acerca da evolução deste indicador em Portugal, veja-se que, em 1992, metade da população residente com idade entre os 18 e os 24 anos, que tinha um nível de escolaridade até ao 3.º ciclo do ensino básico, não se encontrava a receber qualquer tipo de educação.
Atualizado por Inês Tavares