As taxas de aprovação dos alunos de nacionalidades portuguesa e estrangeira matriculados nos ensinos básico e secundário aumentaram entre 2011/12 e 2020/21. 

A Figura 1 permite analisar as taxas de aprovação dos alunos de nacionalidade estrangeira e portuguesa no ensino básico e no ensino secundário, em Portugal Continental. De modo geral, a evolução das taxas de aprovação, seja dos alunos estrangeiros ou nacionais, tanto no ensino básico como no ensino secundário, evoluíram positivamente. Constata-se ainda que as taxas de aprovação são mais elevadas no ensino básico.

Comparando os alunos de nacionalidades estrangeira e portuguesa no ensino básico, constata-se que a taxa de aprovação dos segundos é mais elevada, sendo que no ano de 2011/12 correspondia a 88,8% e em 2020/21 a 97,0%. Importa referir que a taxa de aprovação mais elevada destes alunos foi registada no ano letivo de 2019/20 (97,9%). Os alunos de nacionalidade estrangeira também registaram uma evolução positiva de mais 11,6 p.p. no período em análise, 93,4% transitaram em 2020/21 (o valor mais elevado da série em análise).  

Ao longo do período em análise constata-se uma diminuição da diferença entre as taxas de aprovação dos alunos com nacionalidade portuguesa e dos alunos com nacionalidade estrangeira, passando de 7,0 p.p. em 2011/12 para 3,6 p.p. em 2020/21.Nos anos letivos de 2012/12, 2013/14 e 2014/15 foi registado a maior clivagem entre os dois grupos, por volta dos 9 p.p..

No que diz respeito aos alunos de nacionalidades estrangeira e portuguesa no ensino secundário, verifica-se que a taxa de aprovação era também mais elevada no segundo caso, no ano de 2011/12 correspondia a 80,8% e no ano de 2020/21 era igual a 92,5%. Os alunos de nacionalidade estrangeira matriculados no ensino secundário apresentaram um aumento de 9,6 p.p., registando em 2020/21 uma taxa de aprovação de 82,3%. A distância percentual entre os alunos portugueses e estrangeiros no que respeita às taxas de aprovação registou o valor mais reduzido em 2011/12 (8,1 p.p.), o valor mais elevado em 2018/19 (15,1%) e tem decrescido nos últimos dois anos letivos em análise, alcançando os 10,1 p.p. em 2020/21. Posto isto, ao contrário do que acontece no ensino básico, no ensino secundário a diferença entre as taxas de aprovação em 2020/21 não é menor face 2011/12. 

No que concerne aos alunos de nacionalidade estrangeira, são os do ensino básico que apresentaram uma maior taxa de aprovação, revelando-se uma discrepância entre a taxa de aprovação dos alunos estrangeiros no ensino básico e no ensino secundário, uma diferença de 11,1 p.p. em 2020/21. A maior diferença foi registada em 2018/19 (16,7 p.p.). Os alunos nacionais revelaram uma discrepância menor entre as taxas de aprovação nos dois níveis de ensino – 4,5 p.p. em 2020/21. Em conclusão, as taxas de aprovação dos alunos com nacionalidade portuguesa nos ensinos básico e secundário são mais próximas do que no caso dos alunos com nacionalidade estrangeira. 

 

 

Discriminando por ciclos do ensino básico, verifica-se que tanto os alunos nacionais como os estrangeiros apresentaram um aumento das taxas de aprovação em todos os ciclos e que os alunos nacionais têm taxas de aprovação mais elevadas em todos os níveis. Observa-se na figura 2 que: 

  1. as taxas de aprovação de ambas as nacionalidades, regra geral, diminuem quanto mais elevado é o ciclo. Ainda assim, o desempenho escolar melhorou bastante ao longo dos anos em análise, estando-se perante taxas de aprovação cada vez mais semelhantes entre ciclos.
  2. as taxas de aprovação dos alunos melhoraram mais no caso dos alunos com nacionalidade estrangeira do que dos alunos nacionais no 1CEB (respetivamente, mais 4,3 p.p. e mais 2,1 p.p.) e no 2CEB (respetivamente, mais 13,9 p.p. e mais 7,6 p.p.), e no 3CEB ambos os grupos registaram um aumento similar (mais 14,7 p.p. e 15,4 p.p.); 
  3. observa-se que os alunos com nacionalidade estrangeira registaram um ligeiro decréscimo no ano de 2012/13 em todos os ciclos de ensino, sendo que os alunos nacionais também registaram uma redução no primeiro e segundo ciclo. Este ano foi significativamente prejudicial no desempenho escolar dos alunos no 1ºCEB que sofreram uma diminuição na taxa de aprovação até 2013/14.
  4. (IV) Entre 2011/12 e 2012/13 ocorreu um aumento da distância entre as taxas de aprovação dos dois grupos em todos os níveis de ensino, embora nos anos seguintes tenha diminuído gradualmente no 1ºCEB e no 2ºCEB. De modo geral, no período em análise, a distância passou de 4,6 p.p. para 2,5 p.p. no 1ºCEB e de 8,9 p.p. para 2,5 p.p. no 2ºCEB. No 3ºCEB a evolução foi um pouco mais inconstante, com decréscimos e aumentos, sendo que no último ano letivo, embora se registe a distância mais reduzida desde 2012/13 (5,8 p.p.), continua a ser ligeiramente inferior a 2011/12 (5,0 p.p.).

 

 

Nota metodológica: Os dados reportam-se à nacionalidade do aluno e incluem todos os alunos que frequentam o ensino destinado a crianças e jovens (escolaridade básica e secundária) do ensino público e privado em Portugal Continental, entre os anos letivos de 2011/12 e de 2020/21.

 

 

 

Elaborado por Ana Filipa Cândido

Ver dados Excel