O Produto Interno Bruto (PIB) per capita português medido através do índice Paridade do Poder de Compra Padrão (PPS) representava em 2018 76% do valor médio deste indicador nos países da UE-28 (UE-28=100). Lisboa é a única região do país que se situa acima da média da União (106).
A Figura 1 discrimina o PIB per capita, medido em PPS para 36 países, os quais estão divididos em cinco grandes grupos. O valor de referência para os dados aqui apresentados é o valor médio deste indicador para os países da UE-28 (UE-28=100). No primeiro grupo (=>125) encontram-se os que apresentam para este indicador valores mais elevados, com particular destaque para o Luxemburgo – país no qual o PIB per capita medido em PPS representava, em 2012, 253% no valor médio dos países da UE (ver nota metodológica). O país com valor menos elevado deste grupo é a Dinamarca (126%).
Portugal integra o grupo de países cujo resultado para este indicador varia entre 75-100% do valor de referência. Com um PIB per capita (medido em PPS) de 76%, Portugal, estando em último lugar nesta grupo.
O quarto grupo tem valores do índice entre os 50 (Bulgária) e os 71 (Polónia) – um resultado sempre inferior a metade do índice UE-28. O último grupo, composto por candidatos e aspirantes à União Europeia, é o que apresenta valores mais reduzidos.
A Figura 2 apresenta a evolução do mesmo indicador face à média da UE. Entre 2010 e 2018, é patente o efeito da crise nos valores verificados nos primeiros três anos do período em Portugal, Grécia e Espanha.
No caso Irlandês, desde 2014 para a frente concretizou-se um aumento significativo, registando atualmente um PIB de 190%, o valor mais elevado desde 2011. Frisa-se ainda que o PIB per capita da Irlanda se situou sempre acima dos demais países analisados nos gráficos 2 e 1.
Espanha, em comparação com Portugal e Grécia, apresentou sempre um posicionamento relativo melhor em relação ao PIB médio europeu. Após uma tendência de diminuição do indicador entre 2010 e 2013, menos 7 pontos percentuais, voltou a subir um pouco mantendo-se constante até a 2018.
Portugal foi o país com menor variabilidade do PIB, nem as subidas, nem as descidas do indicador foram muito significativas, e isso mesmo já com a crise a decorrer. Nos últimos dois anos a tendência é de descida – em 2017, Portugal, com um valor de 77%, vê reduzido o seu indicador em 1 ponto em relação a 2018.
Na Grécia, o impacto da recessão no produto começa em 2010, e vai consecutivamente se agravando até 2017 onde, com um valor do PIB de 67% torna-se dos quatro países aquele com pior resultado. Subindo apenas 1 ponto em 2018. Entre 2010 e 2013, o indicador desce 21 pontos percentuais, enquanto Espanha desce 9 pontos e Portugal 4 pontos.
As únicas regiões NUTS II portuguesas que apresentavam em 2018 um PIB per capita superior à média de Portugal eram Lisboa e o Algarve, respetivamente, 24,4% e 7% superior. Como se pode observar na Figura 3, a região Norte é a que mais se distancia do resultado médio deste indicador para Portugal.
Os dados do Quadro 1 têm como valor de referência o PIB per capita em Portugal (Portugal=100), não havendo portanto necessidade de utilizar mecanismos de harmonização de níveis de preços (como acontece quando se promovem comparações internacionais assentes em indicadores de riqueza/económicos).
O PIB per capita na região de Lisboa era em 2016 o mais elevado do país: 32% acima da média nacional. O Algarve situava-se também acima desse valor médio, 5 p.p. Contudo, a Região Autónoma da Madeira registou valores acima da média em 2005 e 2006, mantendo ainda valores muito próximos, na ordem dos 95%. O PIB per capita da região Norte e Centro é o mais baixo do país, representando apenas 80% da média nacional. Note-se, contudo, que são valores que manifestam um crescimento progressivo ao longo dos anos.
Evidencia-se, por fim, que a Área Metropolitana de Lisboa, apesar de registar o valor mais elevado do país, tem decrescido ao longo dos anos.
Quadro 1. Evolução do PIB per capita por região NUTS II (Portugal=100) (%)
wdt_ID | Anos | Portugal | Continente | Norte | Centro | A. M. Lisboa | Alentejo | Algarve | R. A. Açores | R. A. Madeira |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 2000 | 100 | 100 | 80 | 86 | 144 | 92 | 102 | 81 | 89 |
2 | 2001 | 100 | 100 | 81 | 85 | 143 | 91 | 104 | 84 | 87 |
3 | 2002 | 100 | 100 | 80 | 85 | 144 | 91 | 105 | 86 | 94 |
4 | 2003 | 100 | 100 | 79 | 86 | 143 | 92 | 106 | 88 | 96 |
5 | 2004 | 100 | 100 | 78 | 86 | 144 | 92 | 105 | 87 | 99 |
6 | 2005 | 100 | 100 | 79 | 85 | 144 | 92 | 106 | 88 | 100 |
7 | 2006 | 100 | 100 | 79 | 85 | 143 | 94 | 106 | 88 | 100 |
8 | 2007 | 100 | 100 | 80 | 85 | 142 | 92 | 106 | 88 | 99 |
9 | 2008 | 100 | 100 | 80 | 84 | 143 | 91 | 106 | 90 | 99 |
10 | 2009 | 100 | 100 | 80 | 85 | 142 | 90 | 101 | 91 | 98 |
11 | 2010 | 100 | 100 | 81 | 85 | 141 | 91 | 99 | 91 | 97 |
12 | 2011 | 100 | 100 | 81 | 85 | 140 | 91 | 98 | 91 | 98 |
13 | 2012 | 100 | 100 | 82 | 86 | 138 | 91 | 100 | 91 | 94 |
14 | 2013 | 100 | 100 | 83 | 86 | 137 | 90 | 100 | 91 | 94 |
15 | 2014 | 100 | 100 | 84 | 86 | 135 | 90 | 102 | 90 | 95 |
16 | 2015 | 100 | 100 | 84 | 87 | 133 | 94 | 103 | 90 | 95 |
17 | 2016 | 100 | 100 | 84 | 87 | 132 | 94 | 105 | 89 | 95 |
Anos | Portugal | Continente | Norte | Centro | A. M. Lisboa | Alentejo | Algarve | R. A. Açores | R. A. Madeira |
Nota Metodológica: O elevado valor do PIB per capita do Luxemburgo é parcialmente explicado pelo facto de muitos dos seus trabalhadores não residirem no país. Embora contribuam para o PIB luxemburguês, estes trabalhadores não são contabilizados como fazendo parte da população residente do país, a qual é utilizada para calcular o PIB per capita.
Atualizado por Ana Filipa Cândido